O Benfica foi multado em 61.200 mil euros por críticas à arbitragem, através da newsletter “News Benfica”, em março deste ano, revelou esta terça-feira o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
O comunicado das deliberações daquele Conselho de Disciplina revela que a multa diz respeito às edições 63, de 13 de março, 66, de 18, 67, de 19, e 76, de 31.
Segundo o comunicado, os encarnados violaram o artigo 112.º do Regulamento Disciplinar, com a lesão da honra e reputação dos órgãos da estrutura desportiva e dos seus membros, verificada nas quatro situações.
Fonte oficial do Benfica revelou à agência Lusa que o clube irá “recorrer” para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) das multas aplicadas pelo CD esta terça-feira.
O que escreveu o Benfica nas referidas publicações:
13 de março
“Os órgãos da justiça desportiva em Portugal estão a demonstrar uma parcialidade como não há memória. Duas recentes decisões são elucidativas do total descontrolo que existe, com a utilização de argumentos sobre os quais é impossível permanecer em silêncio, por muita moderação que se tenha. Primeiro exemplo. Após mais de dois anos a procurar justificar, de forma criativa, os vários arquivamentos ou repreensões mínimas a Brahimi (que bate recordes de reincidência), num recente acórdão do CD da FPF consegue-se descrever uma agressão da seguinte forma: ‘Brahimi coloca a sua mão direita na zona entre o pescoço e o rosto de Rúben Dias’. Será que esteve em campo algum extraterrestre dotado de características físicas que desconhecemos? A que zona do corpo, afinal, se refere mesmo o CD? Não, não é notícia de 1 de abril. É mesmo verdade. Isto está escrito. Aconteceu!”
“Segundo exemplo. Ontem, no mesmo acórdão em que pune a Benfica SAD com uma multa de 22.950 euros, o CD da FPF, para arquivar o processo sobre declarações injuriosas de Francisco J. Marques para com o Benfica, determina que o futuro… pode vir a dar-lhe razão. Assim, e em resumo, o CD é levado a ‘fazer um juízo de prognose favorável ao arguido’. Ou seja, para além de estarmos perante um órgão disciplinar desportivo capaz de prever o futuro, é notável como ainda consegue antecipar-se à justiça cível nas suas próprias decisões! Não, também não é notícia de 1 de abril. É mesmo verdade. Isto está escrito. Aconteceu!”
18 de março
Aponta o dedo ao árbitro João Capela. “Na jornada anterior, na Luz, o árbitro viu a bola tocar por três vezes nas mãos de jogadores do Belenenses na sua grande área. Em nenhum dos casos considerou penálti. Passados 5 dias, o mesmo árbitro demorou quatro minutos para assinalar um penálti a favor do FC Porto num lance em que a bola bateu… no peito de um jogador do Marítimo! Decisão, obviamente, retificada. Já na segunda parte, numa jogada em tudo idêntica a outras que aconteceram no Benfica-Belenenses (e que não foram sancionadas), o pontapé de grande penalidade acabou mesmo por ser assinalado. Este é apenas mais um exemplo de um conjunto de inúmeras situações de gritante dualidade de critérios neste campeonato e sempre a favorecer o mesmo clube”.
19 de março
“Erros – graves e menos graves – sempre aconteceram e sempre hão de acontecer. Por norma, no fim das competições, entre eventuais benefícios e prejuízos as contas são equilibradas para todas as equipas. O que nunca aconteceu e talvez não volte a acontecer é esses erros serem sempre em benefício da mesma equipa. Isto é, objetivamente, o que está a acontecer no nosso campeonato e a pôr em causa a verdade desportiva”.
31 de março
Encontro do FC Porto em Braga na mira. “Alguém tem dúvidas de qual seria a decisão da equipa de arbitragem caso o lance do primeiro penálti de que o FC Porto beneficiou em Braga tivesse ocorrido na sua própria grande área? Nunca – mas mesmo nunca! – seria penálti. É a história deste campeonato que o diz. E estão os factos para o provar”.