Na sequência do 'E-Toupeira', o Benfica está a tentar perceber de que forma é que a Polícia Judiciária se infiltrou nos camarotes e garagens do Estádio da Luz durante sete meses, colocando escutas ambiente e fotogrando os funcionários judiciais José Silva e Júlio Loureiro. De acordo com a TVI, esta 'caça às bruxas' foi feita no sentido de averiguar como é que os Inspetores da Unidade de Apoio Tecnológico da PJ conseguiram aceder a estes espaços sem que ninguém tenha dado por isso.
Os dois funcionários foram fotografados nas garagens com jogadores do Benfica e a receber equipamentos de Paulo Gonçalves, no que, segundo a acusação, constituíram uma das várias contrapartidas oferecidas pela SAD em troca de informações relativas aos processos judiciais em que o Benfica estava envolvido.
De resto, segundo um despacho do processo do do Ministério Público divulgado no blogue 'Mercado de Benfica' no ano passado, José Augusto Silva esteve presente em pelo menos oito jogos do Benfica, cinco deles no Estádio da luz, entre 19 de agosto de 2017 e 20 de janeiro de 2018.
Início do julgamento marcado para 25 de setembro
Em maio, o Tribunal Central Criminal de Lisboa marcou para 25 de setembro o início do julgamento do processo 'e-toupeira', no qual é também arguido o antigo assessor jurídico do Benfica Paulo Gonçalves e o funcionário judicial José Silva.
O processo foi distribuído ao Juiz 16 e terá como presidente do coletivo de juízes Ana Paula Conceição, depois de a juíza Ana Peres, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), não ter pronunciado (não ter levado a julgamento), em dezembro do ano passado, a SAD do Benfica por nenhum dos 30 crimes pelos quais foi acusada pelo Ministério Público (MP) assim como o funcionário judicial Júlio Loureiro.