Decorria o ano de 2015, e em vésperas de eleições legislativas, o então candidato a Primeiro Ministro, António Costa, concedeu uma entrevista ao jornal “Público”, onde revelava as suas intenções sob as suspeitas de corrupção no Governo, caso vencesse as eleições.
“Sempre que houver uma dúvida fundada por parte do Ministério Público relativamente à prática de qualquer ilícito por parte de um membro do Governo, isso implica necessariamente a cessação de funções por parte desse membro do Governo. Mas sublinho, dúvidas fundadas”, disse António Costa durante a entrevista.
Contudo, os jornalistas do Público questionaram o que entendia por “dúvidas fundadas”, ao que o líder do PS respondeu:
“Confio que o procurador-geral da República comunique no devido momento que entende que existem dúvidas fundadas que aconselham à cessação dessas funções.”
Ainda questionado sobre o caso de José Sócrates, que na altura tinha sido detido preventivamente em Évora, António Costa comentou apenas que nunca iria pronunciar sobre casos que estão a ser tratados na justiça:“Não me ouviram até agora pronunciar-me sobre isso e a única coisa que me ouviram dizer e continuarão a ouvir dizer, mesmo que repitam agora numa quinta forma diversa a mesma pergunta, é que não me pronunciarei sobre casos que estão sob a alçada da Justiça, designadamente este.”