André Villas-Boas, anunciado candidato às eleições do FC Porto deu ontem uma entrevista ao JN, onde abordou alguns dos temas fortes da sua campanha.
Anúncio da candidatura
André Villas-Boas referiu que está “em condições de formalizar a candidatura”, neste mês de janeiro, às eleições para a presidência do FC Porto, que irão decorrer no próximo mês de abril. Recusando-se, para já, a adiantar os nomes de quem o vai acompanhar nesta corrida, explicando que isso será feito “de forma progressiva”, até por respeito à “época do FC Porto”, deixou perceber que abriu as portas da sua equipa a Angelino Ferreira, de quem tem recebido apoio.
Sobre Sérgio Conceição e a sua continuidade
A época do F. C. Porto é demasiado importante para o futuro do clube, e como o próprio treinador disse publicamente que a sua renovação não era tema, nós, quando formos eleitos, sentamo-nos com o treinador imediatamente, ou no fim da época, nos timings que ambos entendermos, para saber o interesse que tem na continuidade. No entanto, não vou forçar nenhum encontro nesta fase. Em devida altura, sentar-me-ei com ele.
Sobre a gestão do plantel
Na equipa profissional, pelo menos na minha altura, o treinador dedicava-se apenas a treinar. Porque as estruturas que o envolviam funcionavam na perfeição. Temos um treinador que está isolado dessas estruturas, que no fundo é o comandante das operações do FC Porto e, por não ter estruturas funcionais à sua volta, temos visto durantes estes últimos sete anos da sua gestão, de certa forma, um delapidar do valor global dos plantéis dos jogadores que antes geravam muitas mais valias.
A futura relação com as claques
André Villas-Boas desconhece os protocolos assinados pela direção com as claques Super Dragões e o Coletivo Ultras 95, mas recorre a informações recolhidas “nestes últimos dois anos” para deixar um sério aviso sem temer qualquer “dissabor”: “Se houver perda de valor [relativamente à bilhética] que não sirva à instituição FC Porto da melhor forma, é aí que vamos intervir.”
Sobre a Academia de formação
Com estes avanços e recuos relativamente à Nova Academia da Maia só podemos estar estupefactos com toda a situação. Segundo as últimas declarações por parte do presidente da Câmara da Maia, numa área de 340 hectares o F. C. Porto tem de se localizar especificamente numa zona que implica compra de terrenos a privados e em hasta publica, não podendo instalar-se noutras áreas de resolução mais rápida e efetiva. Nesse sentido, pensamos numa alternativa muito mais centralizada no Município de Gaia. Para nós, não faz sentido dividir a equipa principal da formação. Portanto, a nossa alternativa é em proximidade do atual centro de treinos do Olival, criar um centro de alto rendimento para as equipas profissionais, a equipa principal, equipa B e sub-19, contemplar um pavilhão para as modalidades e para o crescimento do futsal no futuro. Temos um contrato de promessa de compra e venda assinado com o proprietário deste terreno. Não teremos nenhum problema em ceder esta posição contratual ao F. C. Porto caso não sejamos eleitos.
Relacionamento com Antero Henrique
“O Antero [Henrique] terá sido um dos melhores CEO com os quais trabalhei. Mas não faz parte das minhas equipas e dificilmente fará parte da equipa que levarei para o FC Porto”, garantiu também AVB, vincando que troca “alguns pontos de vista” com o antigo administrador da SAD portista, mas ele “não tem sido tão influente” no seu projeto, como alguns “querem montar”.