O jornal traça um perfil ao candidato social-democrata à Câmara de Loures, André Ventura, e defende que o “candidato racista” veio “romper a coligação portuguesa do centro-direita” com as suas declarações polémicas sobre a comunidade cigana em Portugal.
“A quatro meses das eleições autárquicas portuguesas, os candidatos começam a procurar votos, independentemente de onde e como eles são; sem distinção de maneiras e princípios. É o que pensa André Ventura”, escreve o jornal espanhol ‘El País’. O jornal traça um perfil ao candidato social-democrata à Câmara de Loures, André Ventura, e defende que o “candidato racista” veio “romper a coligação portuguesa do centro-direita” com as suas declarações polémicas.
Em causa está uma entrevista dada ao jornal i em que André Ventura defendeu que há pessoas que “vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado” e que acham “que estão acima das regras do Estado de direito”. As críticas do candidato debruçavam-se particularmente sobre a comunidade cigana e, dada a polémica gerada pela entrevista, fez com que o CDS se retirasse da coligação com o PSD para a autarquia de Loures.
“[André] Ventura não corrigiu nada do que disse, mas o orgulho pelas suas declarações vêm de todo o país”, indica o jornal espanhol. “O presidente do Partido Social Democrata, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, apoiou Ventura, apesar de a vice-presidente e candidata à Câmara Municipal de Lisboa, Teresa Leal Coelho, ter repudiado as declarações do candidato”.
O jornal escreve ainda que “encorajado pelo apoio de seu líder Passos Coelho, André Ventura anunciou que as eleições de 1 de outubro [data em que se realizam as autárquicas] lhe vão dar ou tirar a palavra: ‘O julgamento será feito pelos eleitores'”.
“Talvez, sim, mas talvez também o julgamento seja feito pelos juízes, tendo em conta que o Bloco de Esquerda denunciou ao Ministério Público o sucedido, afirmando tratar-se de um crime de incitação ao ódio racial”, noticia o ‘El País’. A sede de campanha do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures pediu ao provedor da justiça que avalie as “declarações racistas e xenófobas para com a comunidade cigana” do candidato e tome medidas para parar a candidatura.
fonte: jornaleconomico.sapo.pt