A derrota avassaladora do F. C. Porto, ocorrida no domingo, no Estádio da Luz, no campeonato (1-4), foi incomum e deixou os adeptos da equipa azul e branca bastante descontentes. No início da semana, a equipa já tinha sido derrotada pela Lazio (1-2), na Liga Europa, com o golo decisivo a surgir no período de compensação. No entanto, desta vez, os portistas, que estavam empatados a um golo com os encarnados ao intervalo, tiveram uma segunda parte desastrosa, culminando na goleada.
“A insatisfação dos adeptos é totalmente compreensível. Com a Lazio, o F. C. Porto poderia não ter perdido, e foi uma derrota injusta, mas com o Benfica perdeu e perdeu de forma justa. É um período difícil, mas que se verifica em várias partes. Veja-se o City… Sofreu quatro do Sporting e também não está a passar por um bom momento, com várias derrotas. No entanto, tem as condições que todos conhecemos”, destaca, ao JN, Guilherme Aguiar, adepto e antigo dirigente do F. C. Porto.
“É inegável que os adeptos estão bastante descontentes com o resultado e o desempenho da equipa na Luz, mas ir a manifestar-se para o Olival é um ato isolado, sem relevância, que se assemelha a pichagens no estádio. São manifestações de um grupo rebelde, que tem o direito de se manifestar, mas a que não se deve dar grande atenção”, defende, ao JN, Álvaro Magalhães.
“Acompanho com preocupação o momento da equipa. A expectativa que se criou na altura da conquista da Supertaça não se concretizou. Esperava-se uma evolução e a consolidação da equipa, mas isso não se verificou. Em momentos decisivos, a equipa tem demonstrado fragilidades incompreensíveis”, acrescenta o escritor.
“O F. C. Porto está a passar por um período de transição e ninguém deve esperar por milagres. Este processo leva tempo. Agora, os jogadores e a equipa técnica precisam de se mentalizar de que devem dar um pouco mais”, sublinha Guilherme Aguiar.
“O mais curioso é que no domingo o Benfica exibiu as características habituais do F. C. Porto, repleto de garra e determinação, a dar o seu máximo no clássico, como era habitual na nossa equipa, de forma quase natural, de geração em geração”, lamenta Álvaro Magalhães.
Para este adepto dos dragões, a permanência de Vítor Bruno no comando da equipa pode ser uma possibilidade, mas a posição do treinador está “muito fragilizada”. E acrescentou: “Não tinha um historial, nem provas concretas. Era um treinador em início de carreira e não se sabia o que poderia resultar disso. Agora está a ser avaliado pelos resultados, como todos os treinadores. E a avaliação não é positiva”, concluiu.
Guilherme Aguiar tem uma posição mais firme, rejeitando a ideia de que a solução passe pela saída do treinador. “Despedir treinadores é uma solução fácil para os clubes mais ricos. O F. C. Porto parecia um clube rico, mas não é. A equipa precisa de melhorar, mas deve manter o treinador”, destaca, acrescentando: “Na minha opinião, tem condições para continuar, mas a avaliação terá de ser feita por ele e pela administração. No geral, está a realizar um bom trabalho. A equipa tem demonstrado algumas oscilações, alternando entre bons e menos bons jogos. No entanto, o mais negativo foi este com o Benfica, especialmente na segunda parte. Isso não pode ser tolerado”.