Sérgio Conceição ficou naturalmente satisfeito com a vitória do FC Porto frente ao Marítimo (0-1), graças a um golo de Moussa Marega na reta final do encontro. Os azuis e brancos nunca se contentaram com o empate e foram em busca dos três pontos, que acabariam por garantir após várias oportunidades desperdiçadas.
Os Dragões ficam a um ponto de garantir matematicamente a conquista do título, a duas jornadas do final da Liga NOS, mas o treinador garante que não há festas antecipadas no balneário portista.
Elogio ao adversário
“Era um jogo complicado, jogar aqui na Madeira nunca é fácil. O Marítimo tem sempre equipas competentes. Aqui em casa, esteve muitos meses sem perder. Sabíamos da tarefa difícil que tínhamos pela frente. Muitas vezes, tudo aquilo que é preparado não é colocado em prática, é normal a ansiedade que senti na equipa na primeira parte. Os jogadores tiveram um espírito fantástico, sempre equilibrados defensivamente. Na segunda parte criámos oportunidade atrás de oportunidade, até chegar o golo merecidíssimo já no final. A expulsão facilitou a nossa tarefa mas era preciso ir à procura dessa facilidade, porque as equipas muitas vezes ficam com dez e fecham-se mais, são mais solidárias. As substituições que fiz foi sempre no sentido de dar algo mais à equipa. Penso que foi uma vitória justíssima da minha equipa.”
Pensamento na vitória
“Quisemos ganhar, eu fiz as substituições para ganhar. Comecei por meter o Otávio pelo meio, para não dar referências dos dois avançados. Depois senti que o Otávio não estava a ser feliz e meti o Corona, que é profundamente ofensivo. Com o Sérgio já com algum desgaste, quis aproveitar a qualidade de circulação do Óliver. Por fim, o Gonçalo, com o Corona na esquerda, Marega à direita e dois homens fortes na frente. Nunca pensámos no empate, pensámos sempre em ganhar o jogo.”
Ainda não acabou
“A festa é normal de uma equipa que trabalhou bastante para ganhar o jogo. Temos a consciência que isto ainda não acabou, ainda nos falta um ponto para sermos campeões. Aqui não há festas antecipadas, temos respeito pelos rivais, pelo Benfica, pelo Sporting. Não se deve festejar antes do tempo. Saí contente pela vitória sofrida, estou muito contente por dentro. Nós focamo-nos no nosso trabalho, nas nossas tarefas no jogo. Por vezes é difícil conseguir vitórias, esta é uma equipa chata a defender, forte de frente para o jogo, mas fomos à procura da vitória e conseguimos. Isto ainda não acabou. Não me apetecepassar a imagem que seja um discurso de fim de época, porque ainda faltam doisjogos, mas estamos contentes porque o Marítimo valorizou muito a nossa vitória,foi uma vitória muito difícil. Surgiram estes festejos como surgiram na Luz, quando marcámos um golo no final, frente a um adversário difícil. Não quero hipocrisia no meu discurso, sabemos que estamos perto do grande objetivo da época, mas que ainda não conseguimos coisa nenhuma.”
Felipe triste com a suspensão
“O Felipe é um jogador fantástico, um verdadeiro campeão. Fez uma falta em que viu um amarelo. Se estivéssemos com bola se calhar aquela falta não teria de acontecer. Não gosto de dizer o onze mas posso aqui adiantar que, não estando contra o Feirense, o Felipe estará no onze contra o Vitória.”
Sem adeptos o clube não existia
”Os grandes clubes vivem pelos adeptos, por uma moldura humana tão apaixonada e sempre tão perto da equipa. Joguei no FC Porto em 1996, já lá vão uns aninhos, e havia também esta ligação entre a equipa e os adeptos. Nós queremos ganhar sempre, sabendo que não podemos ganhar sempre. Os adeptos sabem retribuir essa entrega, essa dedicação. O acompanhamento da equipa foi um momento muito importante para nós, antes do jogo com o Benfica e agora antes do jogo com o Marítimo. Os jogadores sentem isso, este grupo sente muito a presença dos adeptos. Os adeptos não são o 12.º jogador, se calhar são o 1.º, como alguém dizia, porque sem eles o clube não existia.”