As contratações de jogadores sem clube, frequentemente referidas como ‘a custo zero’, podem, na verdade, acarretar custos elevados devido a prémios de assinatura, uma vez que os jogadores têm a vantagem de possuir o passe. Neste contexto, a auditoria às contas do FC Porto nos últimos 10 anos revela que os agentes de alguns jogadores também beneficiaram desta situação.
Entre 2014/15 e 2023/24, foram contabilizadas “52 operações de entradas e saídas a custo zero com comissões associadas que totalizaram 9,2 M€”. Neste contexto, destacam-se as operações de Maxi Pereira (2M€), Éric Pimentel (1 M€), Bueno (800 mil euros), Daniel Opare (500 mil euros) e Dani Osvaldo (500 mil euros).
No total, a auditoria identificou 879 movimentos de jogadores (387 da equipa A, 322 da equipa B e 170 da formação), com uma média de 16 milhões de euros pagos por época em comissões, e, neste contexto, no final da época 2023/24, estavam por liquidar 46 milhões de euros. O FC Porto movimentou, em operações de mercado, 1,2 mil milhões, sendo 440 M€ em entradas (com comissões de 58,6 M€); 737,6 M€ em saídas (com 72 M€ em comissões); 29,6 M€ em empréstimos (com comissões de 1,9 M€); e 7,2 M€ em renovações (com 25,1 M€ de comissões).
Sete meses de trabalho intenso
Em termos temporais, a auditoria forense teve início e foi finalizada em sete meses. O processo começou no final de maio, após a nova administração assumir o cargo, e nos dois meses seguintes, a auditora Deloitte começou a sua análise, examinando as duas últimas temporadas com a ajuda de mais de 30 entrevistas. No início de agosto, foram apresentadas as primeiras evidências, que levaram à decisão de ampliar o âmbito da análise para as últimas dez épocas. Agora, a 15 de janeiro, a auditoria teve um impacto público significativo.