O desfecho do jogo entre o FC Porto e o Estrela da Amadora foi marcado por momentos de tensão no túnel de acesso aos balneários.
Conforme os relatos do árbitro, Miguel Nogueira, e do delegado da liga, João Damásio, o presidente dos dragões, André Villas-Boas, terá estado no centro da confusão, dirigindo alguns insultos a responsáveis da equipa amadorense.
“Após o jogo, quando a equipa de arbitragem se dirigia para o balneário, no corredor de acesso ao túnel, enquanto dialogava com o jogador número 77 e o delegado, o Sr. Dinis Manuel Nunes Delgado, ambos da Equipa B, o Sr. Presidente da equipa A, André Villas Boas, de forma exaltada e repetitiva, dirigiu as seguintes palavras aos dois elementos da equipa B: ‘Saiam daqui, isto não é a puta da vossa casa!’. A seguir, o Sr. Presidente acompanhou a equipa de arbitragem até ao acesso do nosso balneário”, pode-se ler no relatório do árbitro.
Sobre este episódio, João Damásio acrescentou que houve uma troca de palavras mais acesa entre os membros dos dois clubes, sem que se tenha conseguido identificar os participantes.
“Após o final do jogo, quando a equipa de arbitragem se dirigia para o balneário, parou para dialogar com o delegado da equipa visitante, Dinis Delgado. Nessa altura, o jogador número 77, que tinha sido expulso, saiu do balneário da equipa visitante para se juntar à conversa. Instantes depois, o Presidente do Futebol Clube do Porto, André Villas Boas, entrou no mesmo espaço e perguntou: ‘O que é que se passa? Não é expulsão? Ide para a vossa casa’. Os elementos das duas equipas, à exceção dos jogadores do FC Porto que se mantinham no relvado, estavam a regressar aos balneários, e surgiu uma confusão com troca de palavras mais exaltadas, sem que se tenha conseguido identificar os responsáveis pela altercação”, escreveu o delegado da liga.
O comandante da Polícia de Segurança Pública, que estava presente na reunião final de segurança após o jogo, afirmou que, com base nas informações recolhidas e nas imagens observadas, não havia nada de grave a reportar. No entanto, o mesmo testemunho menciona o pedido do delegado do Estrela da Amadora para que fosse notado o comportamento de alguns Assistentes de Recinto Desportivo (ARDs).
“Na reunião final de segurança, o Sr. Comandante informou que, relativamente à situação que ocorreu após o final do jogo, na zona de acesso aos balneários, do que lhe foi transmitido e da observação das imagens, sem som, não se verifica nenhum facto grave. Na mesma reunião, o Sr. Diretor de Segurança da equipa visitante pediu que fosse mencionado o comportamento de ARDs que não conseguiu identificar, que, na sua opinião, ao invés de adotarem uma atitude de contenção, optaram por empurrar elementos da equipa visitante”, testemunhou o comandante da PSP.
Esta situação é assim relatada por Dinis Delgado, delegado do Estrela da Amadora na partida de segunda-feira.
“Após o término do jogo, na zona técnica (corredor de acesso aos balneários), enquanto estava a decorrer uma conversa pedagógica entre mim, a equipa de arbitragem e um jogador, o Presidente do FC Porto entrou a proferir palavras, perguntando: ‘Onde é que pensam que estão? Ide para a vossa casa’, em voz alta e na nossa direção, sem que eu reagisse. Nesse momento, começaram os empurrões por parte dos ARDs e da restante estrutura da equipa visitada. Todo este processo levou a uma atitude que não nos revemos, tendo sido chamada a PSP”, relatou.
