FC Porto

André Villas-Boas responde a J. Marques: “Remuneração dos órgãos sociais corresponde a menos 50% que a da anterior administração”

Francisco J. Marques, ex-diretor de comunicação do FC Porto, levantou várias questões durante a Assembleia Geral, especialmente relacionadas com a gestão da direção de André Villas-Boas.

«Na sua campanha eleitoral, mencionou a intenção de aumentar a transparência e lançou o portal. Lamentavelmente, parece que isso não se concretizou de acordo com as expectativas, especialmente no que diz respeito às remunerações dos órgãos sociais. Anteriormente, conhecíamos a administração e os seus membros, e sabíamos o que cada um recebia. Quem se encontra à frente do FC Porto neste momento? André Villas-Boas, Pereira da Costa, João Borges, Tiago Madureira e José Luís Andrade. E de quem conhecemos os salários? Apenas de André Villas-Boas e Pereira da Costa. E os outros três? Porquê? O estabelecimento de uma comissão executiva parece ter sido uma forma de não divulgar essa informação. Não considero normal não se ter conhecimento do salário de quem dirige o FC Porto. Por que razão os administradores não executivos passaram a ter remunerações muito superiores às do passado? Anteriormente, a sua remuneração era de 6 mil euros anuais, e agora vai aumentar para 136 mil euros anuais. Sendo não executivos, gostaria de saber», afirmou.

Na mesma linha, além dos três mencionados [João Borges, Tiago Madureira e José Luís Andrade], existe algum outro membro dos órgãos sociais que receba remuneração? E o presidente da MAG, recebe algo por esta Assembleia Geral? Já que recebe 5 mil euros da SAD. Gostaria de entender o que é a comissão de gestão que foi anunciada sobre as transferências, algo que é inédito a nível mundial. O que é isso? Não quero dizer que é mal paga, gostaria de saber do que se trata. Se é um pagamento de uma percentagem sobre o salário, isso é um passo para a transparência, mas quero saber. E sobre o parâmetro da comissão da contratação do Samu, que é de 1 M€ e algo mais por cada ano de contrato… Quando se fala de transparência, é necessário ser transparente», acrescentou, referindo-se também a um negócio específico:

«Relativamente ao negócio de Francisco Moura, que também é uma boa contratação, é de conhecimento público que o agente é Carlos Gonçalves e que o Famalicão pagou uma comissão ao agente. No Portal da Transparência, é indicado que o FC Porto paga 80 mil euros, que se traduzirão em 400 mil euros durante a vigência do contrato, a uma empresa. Quem é essa empresa? Faz parte do grupo de Carlos Gonçalves? Por fim, também existem pagamentos por parte dos dois clubes envolvidos? No negócio de David Carmo, também existem questões estranhas relacionadas com pagamentos a uma empresa de Almada… Nós somos um clube desportivo. O FC Porto, até à data, nesta época, conquistou 77 vitórias e 26 derrotas nas modalidades que se comparam às das épocas anteriores. Nos anos anteriores, tínhamos um número maior de vitórias… Aumentou-se em 20% o número de derrotas. A equipa A apresenta-se mais ou menos ao mesmo nível, mas a 6 pontos da liderança, e no ano passado estávamos a 2 pontos… A equipa B está em muito pior situação. O meu receio é que a direção do FC Porto não se concentre na vertente desportiva, pois é isso que realmente nos faz amar este clube», concluiu.

Villas-Boas respondeu em seguida:

«Relativamente à intervenção do associado Francisco J. Marques. A remuneração dos órgãos sociais aqui presentes, se contabilizada na totalidade, é inferior em 50 por cento à remuneração da administração anterior. Tenho o maior prazer em publicá-la no Portal da Transparência, com a anuência dos órgãos sociais desta instituição. Adicionalmente, associado Francisco J. Marques, se contarmos com os administradores de todas as empresas do grupo FC Porto, dos quais os presentes também fazem parte, a redução de custos para o FC Porto é de 76 por cento. Por isso, terei muito prazer em divulgar isso no Portal da Transparência. No que diz respeito aos não executivos, e sem desmerecer os anteriores, estou muito satisfeito por poder contar com a qualidade e o currículo deles, o que implica custos para o FC Porto. Quanto à remuneração de Francisco Araújo, também a poderei disponibilizar no Portal da Transparência», finalizou.