O dirigente do FC Porto, André Villas-Boas, concedeu à SAD do clube um empréstimo de 500 mil euros sem juros, em maio, mês em que assumiu a presidência, com a devolução agendada para janeiro de 2025. O ex-treinador não recebe qualquer pagamento.
André Villas-Boas concedeu meio milhão de euros sem juros ao FC Porto ao assumir a presidência da equipa.
Este empréstimo foi revelado na passada quinta-feira, no relatório de contas publicado pela SAD.
Na análise do valor nominal dos empréstimos que figuram no passivo a 30 de junho de 2024, conforme os resultados apresentados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), está incluída esta operação do dirigente dos ‘dragões’, que iniciou funções a 28 de maio.
Noutra secção do relatório de contas da SAD ‘azul e branca’, pode observar-se que Villas-Boas mantinha, no final de junho, as mesmas 54.269 ações da sociedade que possuía na data da sua nomeação, ao passo que o ex-presidente Jorge Nuno Pinto da Costa detinha 354.483 (6,5 vezes mais).
André Villas-Boas não recebe qualquer pagamento
As compensações atribuídas aos administradores da FC Porto SAD no exercício ascenderam a quase dois milhões de euros (1.942.641 euros), a contar a partir de 1 de julho de 2023.
Destes, a equipa liderada por Villas-Boas recebeu, em pouco mais de um mês de funções (28 de maio a 30 de junho), 48.946 euros.
Contudo, o presidente não recebe qualquer compensação, uma vez que abdicou do mesmo.
Por sua vez, a ‘fatia de leão’ foi atribuída ao administrador financeiro José Pedro Costa – que recebe 35.133 euros.
Por outro lado, a administração liderada por Pinto da Costa recebeu, entre 1 de julho de 2023 e 28 de maio de 2024 (11 meses), o montante de 1.893.695 euros.
O ex-presidente recebeu 628.052 euros, enquanto Adelino Caldeira (administrador jurídico) e Fernando Gomes (administrador financeiro) auferiram 356.550 euros cada um, e Luís Gonçalves e Vítor Baía arrecadaram 274.772 euros.
Contas com défice de 21 milhões
A FC Porto SAD registou um resultado líquido negativo de 21 milhões de euros na época de 2023/24, em comparação com um prejuízo de 48 milhões de euros no exercício anterior.
Apesar da redução significativa do prejuízo, que diminuiu 27 milhões de euros, esta é a segunda época consecutiva com resultados negativos para a FC Porto SAD, após dois exercícios positivos: 19,3 milhões de euros em 2020/21 e 20,8 milhões de euros em 2021/22.