O presidente referiu-se a Américo como uma figura que “dignificou o nome do FC Porto”, sublinhando que este doou todo o seu espólio, ainda em vida, ao clube do seu coração. “Foi o quarto guarda-redes mais utilizado de sempre na história do clube e uma pessoa que deixará saudades aos adeptos”, recordou André Villas-Boas, em declarações aos meios de comunicação do FC Porto.
Homenagem
“Uma homenagem que só é possível com a grande ajuda da família e do Américo, que em vida decidiu oferecer todo o espólio ao FC Porto. A Mafalda [diretora do Museu] conta-me que foi um espólio bastante extenso que implicou a invasão da privacidade da família do Américo, que recebeu de braços abertos o Museu, permitiu a recolha de todos os objetos que aqui estão e tornou possível esta grande homenagem a alguém que dignificou o nome do FC Porto, foi o quarto guarda-redes mais utilizado de sempre na história do clube e uma pessoa que deixará saudades aos adeptos, especialmente aos que o viram jogar sem luvas, a sua marca distintiva, embora tenhamos ali umas luvas que utilizava em jogos à chuva e que, ao lado das do Diogo Costa, refletem bem a evolução dos tempos. Uma homenagem sincera, só possível com a generosidade do Américo e da sua família, o respeito pelo FC Porto e que dignifica a história do clube e do Museu.”
Agradecimento eterno
“Acabámos de ouvir o relato sincero da sua afilhada, Isabel, que referiu que o único arrependimento do Américo era não ter sangue azul nas suas veias. A sua dignidade e generosidade estão bem personificadas nesta doação ao Museu. Estamos imensamente orgulhosos de receber a sua coleção. É a primeira grande figura do FC Porto a oferecer a coleção ao Museu e esperamos que mais o façam neste ato de generosidade que nos dignifica como clube e dignifica a nossa história. Vamos guardar este ato no nosso coração e queremos agradecer à família todo o seu esforço.”
Espólio com relevância nacional e internacional
“Memórias vivas, evidentemente, não tenho, apenas fotográficas, como estão aqui nestes recortes. Todas as pessoas ligadas ao FC Porto, sejam adeptos, sócios, funcionários ou profissionais, guardam sempre as memórias que viveram no clube ao longo das suas vidas. É curioso para mim ver que esta é uma tradição que se mantém há muito tempo. Eu também tenho os meus recortes de jornais, as minhas fotografias, o Américo fazia o mesmo e a qualidade das fotografias e dos recortes refletem o cuidado que tinha em preservar a coleção. A qualidade que temos aqui em exposição, não só as peças relacionadas com o FC Porto, mas também do Campeonato do Mundo de 1966. Temos aqui a camisola que usou ao serviço da seleção portuguesa e as de Itália e do Brasil. Muitas e boas memórias do FC Porto e de Portugal. É com grande saudosismo que recordamos tudo isto.”