Três dias após a montanha-russa emocional que foi a partida contra o Manchester United, o FC Porto enfrenta, este domingo, um novo desafio de grande dificuldade contra o Sp. Braga, novamente no Estádio do Dragão. Vítor Bruno explicou que a preparação para este jogo, num intervalo de tempo tão curto, focou-se muito na análise da equipa de Carlos Carvalhal, utilizando vídeos.
«Preparámos da forma que considerámos necessária. É verdade que o tempo é limitado, assim que o jogo de quinta-feira terminou, o nosso olhar começou a focar-se no Braga. Treinámos na sexta-feira, treinámos esta manhã, levámos muitos aspectos para o campo, dentro do que é viável, obviamente com uma intensidade que não é a que desejamos incutir no treino», começou por destacar na antevisão do jogo da 8.ª jornada da Liga.
Realizámos dois treinos, com especial ênfase no que o Sp. Braga pode apresentar. «Neste ciclo, com a proximidade dos jogos, somos obrigados a focar muito em estratégias de análise e de vídeo. Tentamos filtrar ao máximo o que é prioritário e levar para o campo. Não conseguimos levar tudo o que desejamos, mas dentro do que consideramos ser o mais importante, entre os dois jogos, procuramos que tudo esteja em sintonia. Amanhã teremos um dia que podemos aproveitar de manhã para trabalhar mais um pouco. O nosso objetivo é rentabilizar ao máximo o tempo», acrescentou.
O Sp. Braga tem alterado bastante o seu onze habitual, não só devido a várias lesões no plantel, mas também por estratégia de Carlos Carvalhal. «As adaptações e a gestão é algo que o mister Carvalhal tem de abordar, bem como a forma que considera ser a mais adequada para gerir o seu balneário. O Sp. Braga vem de três vitórias consecutivas na liga, perdeu o seu último jogo, é verdade, mas vinha de uma boa série após a derrota em casa com o Vitória. É uma equipa que nos cria sempre muitas dificuldades. No passado, temos um retrato bastante fiel, o que aconteceu aqui no Dragão e em Braga, são sempre confrontos muito intensos», referiu.
As constantes mudanças na equipa tornam a análise mais complexa. «É uma equipa que tem reforçado a sua estrutura no panorama nacional, e a nível europeu já participou em finais. É sempre uma equipa difícil de vencer, teremos de nos apresentar a um nível muito elevado. Depois, a forma como o mister Carlos Carvalhal vai estruturar a sua equipa e como a vai posicionar no campo, não conseguimos prever. Notamos que ele tem feito muitas alterações, tem jogado com nuances posicionais em relação ao onze inicial, o que pode levar a uma grande flexibilidade entre os seus jogadores que podem atuar em várias posições. Isso cria-nos alguma dificuldade em antecipar o que podemos encontrar amanhã», explicou.
A solução é preparar a equipa para um adversário que é um pouco abstrato. «O que podemos fazer é tentar traçar perfis individuais, entender que tipo de perfil pode encaixar em cada espaço do campo e, depois, em termos coletivos, perceber como isto pode ter um impacto. Tentamos entender isto, partilhar informações com os jogadores e perceber quem pode atuar em determinadas zonas do campo», acrescentou.
Para compreender melhor o Sp. Braga, Vítor Bruno prestou atenção ao que Carlos Carvalhal disse. «Estive atento ao que foi comentado na conferência de imprensa, ele referiu que é diferente, e é verdade, jogar com o Mbi ou com o João Ferreira como defesa-central, tudo isto condiciona a nossa forma de pressionar. Ter muitos jogadores canhotos numa fase inicial é diferente de ter um destro a jogar por dentro. São muitas nuances estratégicas que tentamos preparar, sabendo que sempre existe um grau de imprevisibilidade em relação ao que o adversário pode apresentar amanhã», contou.
Em vez de tentar prever as escolhas de Carvalhal, Vítor Bruno tenta antecipar cenários. «Temos de focar muito em nós, no que é nosso, no que temos de fazer, neste desejo de vencer e fazer um grande jogo amanhã. Esse é o nosso único caminho. O que fazemos aqui dentro é trabalho, é o que sabemos fazer, é trabalho, trabalho e mais trabalho. Trabalho no campo e fora dele, mas tudo com o mesmo objetivo, que é chegar ao jogo e estarmos prontos para vencer um adversário que é difícil, mas queremos muito ganhar», acrescentou.
Relativamente ao FC Porto, o treinador teve mais facilidade em descrever como a sua equipa vai jogar. «Um FC Porto extremamente competitivo, um FC Porto muito ambicioso, que quer muito ganhar. E um FC Porto atento a momentos em que esteja próximo do meio-campo adversário. Muito envolvido no jogo, muito trabalhador, muito ciente do que tem de fazer quando não tem a bola e, mesmo quando a tem, sabendo como pode travar as transições do Braga, mas com uma grande vontade de vencer amanhã», referiu ainda.
