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Vítor Bruno: “Sentimento de orgulho quase comparável à Supertaça”

Vítor Bruno fez uma análise, na conferência de imprensa do Estádio do Dragão, sobre o empate amargo com o Manchester United, na 2.ª jornada da Liga Europa.

– Após ter realizado o mais difícil, o que aconteceu?

«A situação de bola parada é uma fase do jogo como qualquer outra. Conseguimos o mais complicado, revertendo uma partida que muitos considerariam perdida. Contudo, conheço como ninguém os jogadores que tenho no balneário e sinto um enorme orgulho no que eles me proporcionam. Uma equipa corajosa e estoica, perante um oponente difícil. O Manchester United será sempre um adversário de grande calibre, com individualidades indiscutíveis. Na primeira parte, não conseguimos conter as saídas pelo flanco. Deixámos os laterais muitas vezes vulneráveis no um contra um. Fizemos os ajustes e na segunda parte a equipa exibiu um desempenho defensivo exemplar. Hoje, o resultado favoreceu o Manchester United; teria sido uma vitória épica, mas acabou por ser um empate que tem um sabor a derrota. Contudo, reitero: tenho um grande orgulho no balneário»

– Qual foi a intenção ao substituir o Pepê pelo Martim Fernandes?

«O Pepê saiu por questões físicas, estava a dar indícios de cansaço. Após o 3-2, percebi que a equipa poderia ter mais controlo sobre a bola, mas estava tudo demasiado enraizado no campo para que os jogadores conseguissem desconectar-se naquele momento e apresentarem-se de uma forma diferente. A equipa sempre preencheu bem a área e sente-se confortável a defender assim. A estratégia de recuar o bloco e sair em transição era uma das nossas armas. Contudo, isso faz parte do nosso desenvolvimento e o que me enche de orgulho é que, mesmo a perder por 2-0, os jogadores nunca se afastaram um milímetro do plano. Para mim, isso é a maior vitória de hoje. Saber que posso confiar em jogadores que se entregam ao máximo… isso foi evidente numa performance notável.»

– Este jogo ilustra as dificuldades de crescimento que a equipa tem enfrentado?

«Nunca desejamos que isso nos aconteça. Há sempre finais felizes, e outras que não o são. Já nos aconteceu a nós conquistar a Supertaça contra o Sporting da forma como conseguimos o 4-3. O 3-3 surgiu num momento em que já não o esperávamos. Depois, o jogo foi para o plano físico, onde nos encontramos bem. Depois é uma questão de confronto, de centímetro a centímetro, e num jogo onde o Nico é um dos mais fiáveis. É uma questão de sorte. Não gosto de me agarrar a isso. A sorte procura-se. Procurámos, não deixámos de ter a baliza adversária em vista, mas não ter concretizado sempre significa que algo pode sempre acontecer.»

– Acha que a equipa ainda precisa de evoluir taticamente?

«Se analisarmos, na maioria dos jogos até agora, sempre que tivemos a posse de bola, estivemos praticamente em vantagem. Hoje, era importante compreender quem estava do outro lado. Percebemos que a forma de os atacar era através de jogadas em profundidade, muitas vezes esperar e sair em transição, algo que já os tem prejudicado na Liga inglesa, quando são surpreendidos em transição. Trabalhámos esses detalhes. Ataques à última linha, com a intenção de ferir. A estratégia foi essa. A equipa tem de evoluir em determinados momentos, e vai evoluir, vai amadurecer comportamentos. É isso que me enche de orgulho. Voltarei para casa com uma grande dor na alma, mas com um sentimento de orgulho que, embora não se compare ao da Supertaça, é muito próximo. Percebi que os jogadores foram valentes e mantiveram-se sempre firmes; numa situação como esta, para um treinador, é o que mais pode orgulhar. Voltarei para casa com um sentimento de grande orgulho.»