A Liga Europa não tem sido um território favorável para o F. C. Porto nos últimos anos, e essa tendência confirmou-se em Bodo, onde os dragões apresentaram-se sem intensidade e sofreram uma derrota um tanto surpreendente, considerando o desempenho que tinham demonstrado no sábado em Guimarães.
A equipa portista estava ciente dos riscos que os nórdicos poderiam representar, mas não o demonstraram em campo. Embora tenham começado praticamente em vantagem, com mais um golo de Samu, o quarto nos últimos três jogos, com nova assistência de Francisco Moura, o F. C. Porto exibiu-se de uma forma muito desleixada no que se seguiu, e o Bodo/Glimt virou o resultado de forma natural.
Vítor Bruno alterou o onze em relação à partida anterior, poupando Alan Varela, Pepê e Galeno para apostar em Grujic, Iván Jaime e Gonçalo Borges, mas o coletivo não reagiu. Pouco agressivos na resposta à perda de bola e mal posicionados para contrariar os ataques rápidos dos noruegueses, os portistas mostraram fragilidades que não se tinham visto na presente época, e os avançados da casa aproveitaram para causar estragos até ao intervalo. Com muito espaço para explorar, Hogh e Hauge aproveitaram e marcaram contra o desamparado Diogo Costa.
A segunda parte começou com a expulsão de Maatta, que tentou simular um penálti e viu o segundo cartão amarelo, mas a situação não se alterou. Com Pepê e Galeno em campo, o F. C. Porto continuou a dar muito espaço na defesa e Hauge foi letal ao aproveitar essa situação aos 62 minutos, num lance em que passou à vontade por Zé Pedro antes de rematar para o 3-1.
Assim como nos três primeiros jogos do campeonato, em que não foi capaz de marcar a jogar com um homem a mais, a equipa azul e branca teve dificuldades em aproveitar a superioridade numérica. É verdade que empurraram o Bodo para trás, mas as oportunidades não surgiram e até foram os anfitriões que estiveram mais perto de marcar novamente, com um remate que foi travado por Diogo Costa.
Vítor Bruno ainda lançou os estreantes Rodrigo Mora e Deniz Gul durante a segunda parte, em busca de um golo que pudesse relançar a partida. Após um falhanço clamoroso de Pepê, o 3-2 foi obtido pelo avançado sueco, mas já em cima dos 90 minutos, demasiado tarde para que o F. C. Porto pudesse evitar uma entrada em falso na Liga Europa.
Mais
O jogo simples e eficaz dos avançados do Bodo foi decisivo para o resultado. Hogh e Hauge foram um verdadeiro pesadelo para os portistas. Samu e Gul marcaram golos que se revelaram insuficientes.
Menos
Borges e Iván Jaime foram apostas falhadas no ataque portista, e Grujic não trouxe a solidez ao meio-campo. A abordagem de Zé Pedro no lance do 3-1 foi inadequada.
Árbitro
O árbitro israelita Grinfeeld teve uma excelente actuação, mostrando corretamente os dois cartões amarelos a Maatta, o segundo por simulação.