Esta quinta-feira, Francisco J. Marques recorreu às suas plataformas digitais para comunicar a sua saída do FC Porto, onde desempenhou o cargo de diretor de informação e comunicação. Em uma declaração apaixonada e extensa, o agora ex-diretor do clube revelou que a sua saída ocorreu devido a um acordo que foi obrigado a negociar.
“Terminou hoje a minha ligação contratual ao FC Porto, permanecerá para sempre a ligação emocional. Saio por um acordo que fui forçado a negociar, depois de um gigantesco sacrifício da minha vida pessoal e profissional. Pelo FC Porto voltaria a fazê-lo”, escreveu Francisco J. Marques na rede social X.
“A partir de agora, passo a ser um sócio comum, que irá elogiar quando considerar apropriado – por exemplo, tenho apreciado a nova política de venda de ingressos – e irei criticar quando achar necessário – desaprovei a forma como o presidente desconsiderou Vítor Bruno no caso Pepe. Estes quase 14 anos foram uma jornada emocionante, com os últimos oito anos a serem de uma exigência extrema, sempre a defender com firmeza os princípios do FC Porto. Cometi erros e acertos, tomei boas e más decisões, e a opinião dos sócios do FC Porto é a que realmente me importa”, continuou o ex-jornalista.
“Reduzir os meus anos de FC Porto ao caso dos e-mails é simplista e injusto, no entanto, é fato que desmantelámos o maior esquema de manipulação da verdade desportiva na história do desporto em Portugal. Já existem condenações por corrupção, e os envolvidos não são do nosso clube. Sinto um grande orgulho por ter sempre tentado aproximar os sócios do clube. Estive sempre disponível para ouvir, acolher e transmitir o que os sócios desejavam. Agi sem propagandas, de forma humilde, apenas cumprindo com o meu dever. Promovi no nosso clube, sem interferências, o Dia do Clube, um evento de pura devoção ao FC Porto, que curiosamente não ocorreu este ano, e já estamos em agosto”, acrescentou.
Francisco J. Marques também mencionou o seu trabalho no clube.
“A pedido do diretor-geral Manuel Tavares, criei o Dragões Diário, uma forma de combater a desinformação acerca do nosso clube e de garantir que a nossa voz fosse ouvida, proporcionando aos nossos sócios e fãs informação diária, simples e gratuita. Colaborei com todas as áreas do clube sempre que me foi pedido. Enquanto outros clubes possuem equipas de veteranos, o FC Porto tem equipas ‘vintage’, uma ideia que por vezes o funcionário descartável tem e que perdura. Espero que não ‘apaguem’ o meu nome. Fui diretor da revista Dragões e escolhi a capa mais bela e simbólica para esta despedida, que, na minha opinião, simboliza os requisitos para o sucesso na área de media e comunicação: risco, criatividade e amor ao FC Porto. Estarei por aí”, sublinhou.
No término da sua declaração, Francisco J. Marques criticou uma decisão recente da nova direção.
“Acabei de confirmar que a foto do calcanhar de Madjer, a mais icónica dos nossos 130 anos de história, foi substituída por uma foto dos excelentes André e Jaime Magalhães, também da final de Viena, mas sem o mesmo valor histórico. É uma decisão muito desagradável que revela muito sobre a intolerância da atual liderança e que pessoalmente me desaponta bastante. Apagar a história é sempre lamentável, e remover aqueles que nos elevaram ao topo do mundo é terrível e injustificável”, concluiu.