Vitor Baía foi o primeiro convidado do programa “Hora dos Craques”, no Porto Canal e na FC Porto TV. O agora administrador dos dragões não teve papas na língua e respondeu a tudo.
Quem é o melhor guarda-redes português de sempre: “Sou eu. Quando chega a fase da nossa vida em que já não vamos andar com o que é politicamente correto ou hipocrisias. Apesar de sermos um país pequeno, infelizmente, as pessoas não são honestas nas suas apreciações, porque há sempre cores clubistas pelo meio, que levam a não ter uma opinião mais formal. Digo isso, analisando todo o meu currículo”.
Maior reconhecimento no estrangeiro: “Lá fora, o reconhecimento existe, disso não tenho dúvidas. Somos tratados pela dimensão que temos ao longo de uma carreira. Em Portugal, é uma diferença incrível a forma como os clubes são tratados, cada um com a sua agenda pessoal, cada jornal com o seu editorial direcionado para um dos grandes, televisões com pessoas muito veiculadas a determinados clubes. Isso não é benéfico, nem verdadeiro. Não diz a realidade. Já tinha dito isso [de ser o melhor português] na altura da pandemia e os comentários só em Portugal… Já sabemos como são, mas é o que eu penso”.
Os rivais: “Da minha época? Dos meus colegas? Tive o Helton. Quando cheguei cá falei com o nosso presidente que tem uma capacidade de memória incrível e perguntei quem tinham sido os melhores do clube, antes do Fonseca. Falou-me de Barrigana. Tenho essa referência de o presidente ter dito que era o melhor de sempre. Após o meu final de carreira só temos o Diogo Costa. Estrangeiros, o Mlynarczyk, o Helton, o Casillas. Português que tenha vingado, só o Diogo Costa, não vejo mais ninguém desde que eu acabei. O miúdo é extraordinário. Tem o caminho pela frente e tem tudo, é humilde, inteligente e tem tudo o que um guarda-redes deve ter: é rápido, joga bem fora dos postes, joga bem com os pés, controla a profundidade. É um guarda-redes completo”.
A estreia no FC Porto: “Senti responsabilidade. Tinha 18 anos e a primeira reação foi de receio, era um miúdo e tinha mesmo de jogar. Pedras por todo o lado à chegada a Guimarães, foi um batismo incrível. Víamos tudo a voar. No balneário sentia alguma apreensão dos meus colegas perante um miúdo que acabava de sair dos juniores e aquela equipa eram os campeões da Europa e do Mundo, os craques todos estavam lá”.