Vítor Baía considera que, para se ter reconhecimento enquanto jogador do FC Porto, é preciso chegar a patamares mais altos do que os rivais. No entanto, o agora vice-Presidente dos azuis e brancos está “grato” pela forma como tratam o clube da Invicta, uma vez que isso elevou o clube para um patamar de excelência.
“Nós crescemos através do sofrimento, há muitas injustiças, mas foram essas injustiças que nos levaram a outro patamar. Acordar um dia campeão da Europa e ver uma coisinha assim [pequena] nas capas dos jornais… Sermos campeões do Mundo e vermos a capa [do jornal] de outra cor que não a nossa… Isto obriga-nos a ir para outros patamares. É aproveitado pelos nossos líderes para demonstrar que nós para conseguirmos o mesmo que os outros temos que dar muito mais e foi através disso que surgiu a nossa cultura”, começou por dizer em exclusivo ao ‘Portal dos Dragões’, antes de relembrar os tempos do mestre Pedroto.
“Esta cultura do FC Porto surgiu a partir dos anos 80, que coincidiu com a entrada do nosso Presidente e de um treinador carismático como era José Maria Pedroto, que infelizmente não tive a felicidade de ser treinado por ele. Se calhar aqui foi o início de um FC Porto a acreditar que podia vencer, que queria vencer e que estava cansado de tantas injustiças e cansado de ser maltratado. A minha vivência enquanto jogador foi um pouco isto. Sentia a injustiça de alguém que faz o seu trabalho na perfeição, mas depois não é reconhecido pelos outros, mas é reconhecido pelos nossos. E isto era tremendo. O carinho que depois nos era transmitido pela nossa gente elevava-se a tudo o resto. Eu estou grato por nos terem tratado como nos trataram porque isso levou-nos para um patamar de excelência, onde vamos continuar sem dúvida alguma”, garantiu Vítor Baía.