À conversa com o plantel de futebol feminino do Rio Tinto, Quaresma revelou tempos complicados no FC Porto.
“O FC Porto é diferente. Já passei em grandes clubes e não existem clubes como o Besiktas e o FC Porto. Não tens só a pressão do fim de semana, tens pressão diariamente. Tens sempre pessoas à tua espera ou pessoas que te encontram no restaurante e dizem que tens de correr ou de jogar melhor. Parece que a comida fica entalada. É um mundo à parte. Para jogar nesses clubes é preciso ter personalidade, orgulho, vontade, garra, enfim, tens de ter muita coisa”, revelou o extremo.
Quaresma recordou a mudança do Barcelona para o Dragão, deixando uma confissão.
“Não queria vir. Quando saí do Barcelona, queria voltar ao Sporting, mas não foi possível. O meu primeiro ano no FC Porto foi difícil, tivemos três treinadores. Fomos campeões da Taça Intercontinental, mas no campeonato perdemos jogos com o Nacional e fizemos cagada atrás de cagada. Só quando veio o Co Adriaanse é que comecei a voar. No início estive dois meses sem ser convocado. Sabia que tinha de dar ao pedal ou de fazer mais que os meus colegas para ter a minha oportunidade. Quando ele me meteu, fiz um golo de trivela em casa contra o Rio Ave. A partir daí comecei a jogar, mas até lá tive de sofrer. Ele fazia-me sofrer. Ia para casa e fechava-me no quarto a chorar. Chorava de raiva. Percebia que estava a fazer as coisas melhor que os outros e ele não me convocava. Fez-me aprender”, admitiu.