Crónica do FC Porto ao jogo:
O FC Porto foi afastado da Taça de Portugal pelo Desportivo de Chaves, no jogo da quarta eliminatória disputado na noite desta sexta-feira no quase lotado Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira. Tudo ficou decidido nos pontapés da marca de grande penalidade, após 120 minutos em que os Dragões foram superiores, dispuseram das melhores ocasiões de golo e ainda viram o árbitro João Capela negar-lhes três penáltis indiscutíveis, um ainda no tempo regulamentar e outros dois no prolongamento.
Não foi um onze muito diferente daquele que alinhou no clássico com o Benfica que Nuno Espírito Santo apresentou em Chaves. Tal como tinha anunciado na conferência de imprensa, o treinador aplicou a lei da rotatividade na baliza e entregou-a a José Sá; no meio-campo deu a titularidade a André André, que ocupou o lugar de Óliver; e no ataque colocou Varela na vaga deixada por Corona.
Apesar do frio que se fazia sentir em Trás-os-Montes, as duas equipas impuseram um ritmo alto no jogo logo no início, sendo que foram os flavienses os primeiros a ameaçar o golo, quando William se antecipou a José Sá e cabeceou a centímetros do poste (10m). O FC Porto começou por tentar alvejar a baliza de António Filipe sobretudo através remates de meia-distância, porque encontrou pela frente um adversário que o convidava a entrar no seu meio-campo, mas que se apresentava com as linhas muito recuadas, o que dificultava a circulação da bola aos portistas quando chegavam perto da área.
Numa das raras vezes em que a defensiva do Chaves deu algum espaço na primeira parte, os Dragões estiveram perto de marcar, num chapéu de Otávio ao guarda-redes transmontano (22m) e ainda ficaram a lamentar um penálti não assinalado por João Capela, quando André Silva, em excelente posição para cabecear à baliza, foi ostensivamente agarrado por Freire (44m).
Os portistas regressaram do balneário mais rematadores, com uma circulação mais rápida da bola, determinados a chegar à vantagem no marcador. Ainda não estavam decorridos dez minutos e André Silva obrigava António Filipe a uma defesa a dois tempos (54m), na sequência de uma excelente jogada coletiva. Depois, foi André André, um dos melhores em campo, quem protagonizou a melhor oportunidade de golo até então, num portentoso remate de fora da área que levou a bola a embater com estrondo nos ferros da baliza (63m).
A segunda parte teve um sentido único, já que o FC Porto recuperava bola em zonas adiantadas do terreno, nunca permitindo ao Chaves sair em contra-ataque, como tanto gosta; lá na frente só lhe faltava maior agressividade e objetividade no último passe para criar mais situações de finalização. O empate persistia, pelo que Nuno procurou ter mais presença na área, substituindo Otávio por Depoitre, no entanto os Dragões só voltaram a criar perigo nos cinco minutos de tempo de compensação: primeiro António Filipe negou o golo a Danilo e logo a seguir Nélson Lenho impediu a festa azul e branca ao cortar em cima da linha de baliza um remate de Jota.
O prolongamento apenas mudou a posição das equipas em campo, porque o FC Porto, já com Layún e Evandro, continuou a mandar no jogo, a ter as melhores oportunidades de golo – um remate de Depoitre que levou a bola a rasar o poste foi disso exemplo (105m) – e também continuou a ter razões de queixas do trio de arbitragem liderado por João Capela. Foram duas grandes penalidades que o juiz lisboeta deixou passar em claro: primeiro, Freire levou a mão à bola (96m), depois Assis imitou-o, intercetando com o braço um remate de Evandro (104m).
A decisão do jogo estava mesmo nos pontapés da marca de grande penalidade e aí o Chaves contou com um inspirado António Filipe, que defendeu os remates de Layún, Depoitre e André Silva. A Taça ficou pelo caminho, mas não há tempo para lamentações, porque na terça-feira, em Copenhaga, há um jogo importante para o futuro dos azuis e brancos na Liga dos Campeões.
Jogaram:
José Sá, Maxi, Felipe, Marcano, Alex Telles, Danilo, André André, Otávio, Varela, Diogo Jota e André Silva
Entraram:
Depoitre (para o lugar de Otávio), Layun (para o lugar de Varela) e Evandro (para o lugar de André André)