Garcia Aspe, o décimo mais internacional do México, é agora comentador televisivo e fala em nome de um país que está a vibrar com os dragões. Para eles, poucos clubes despertariam mais atenção.
Alberto García Aspe é o décimo jogador que mais vezes atuou pelo México (109 jogos) e atual comentador da Fox Sports para o futebol internacional. Não que o ex-extremo esquerdo, com presença em três mundiais (1994, 1998 e 2002) tenha jogado muito fora do México – apenas um ano e no River Plate, da Argentina – mas porque, como a maioria dos aficionados mexicanos, não perde um jogo da Liga dos Campeões e dos principais campeonatos europeus: o espanhol, o português e o holandês. Sim, leu bem. Inglaterra, Itália ou Alemanha não entram aqui. “Bem, Alemanha agora sim, por causa do Chicharito. Mas essencialmente o espanhol, pela ligação entre os dois países, o português e o holandês, que têm sido a porta de entrada na Europa de muitos dos bons jogadores mexicanos”, explicou-nos, ainda antes de partir para o Mundial de Lendas, que se disputou em Londres.
O FC Porto é, para os mexicanos, uma espécie de terceiro clube. “Tem quase metade da seleção mexicana”, ri, enquanto explica: “Além disso, os jogadores são oriundos de várias cidades [Corona é de Hermosillo, Herrera de Tijuana, Layún de Córdoba, Reyes da Cidade do México, Gudiño de Guadalajara e Govea de San Luís Potosi], o que permite que não haja divisões e que o FC Porto tenha fãs pelo país todo”, pormenoriza. “Vão ser recebidos como clube grande. Melhor só mesmo se fosse o Barcelona ou o Real Madrid”, acredita.
“De forma geral, Herrera e Corona são os preferidos dos locais, especialmente pelo que fazem na seleção, que é sempre mais do que Layún, Reyes ou Jiménez, do Benfica. Este marcou alguns golos decisivos nos últimos tempos mas, no ataque, Chicharito continua a ser a maior referência”, conta. “Herrera e Corona são fundamentais, mas o meu preferido é Corona. Que “jogadorzaço”” elogia.
Em Portugal, porém, Corona nem sempre é regular. “É jovem e um jogador diferenciado, que resolve jogos e nem sempre é constante. Mas é muito habilidoso e rápido. Vai melhorar ainda mais e pode sair para um clube maior. Tem tamanho futebolístico para o conseguir. Além disso, tem golo. É raro haver jogadores com esse faro!” considera.
A exportação em série de mexicanos começou depois do Mundial de sub-17, em 2011, que a Seleção venceu. “Nessa altura, a Europa percebeu que aqui já se trabalha de forma diferente. Antigamente o jogador saía da rua para os clubes; agora, passa por escolas de formação e chega mais preparado”, considera. “Eu, Jorge Campos, Blanco, Luís Hernández, Borgetti, Cláudio Suárez… tínhamos o mesmo futebol, mas menos oportunidades. Senão, o futebol mexicano teria sido descoberto mais cedo, aponta.
Fonte: ojogo.pt