Nestes últimos dias, tenho pensado bastante sobre as eleições no nosso clube e dei por mim a ponderar se a minha decisão em votar AVB seria mais baseada na frustração, na descrença, no descontentamento ou se era baseada em razões ponderáveis, importantes e diferenciadoras.
O futuro do clube, para mim, terá de ser construído tendo como base alguns princípios orientadores que nos poderão colocar mais próximos do sucesso.
Em primeiro lugar, o princípio do desinteresse. Desinteresse pessoal, desinteresse próprio, desinteresse familiar e desinteresse do compadrio.
Em segundo lugar, o princípio do profissionalismo. Profissionalismo da equipa, de quem acompanha o presidente e de todos aqueles que vão ser o centro do clube.
Em terceiro lugar, o princípio da combatividade. Combatividade plena. Pelo clube, pela nossa história, pela nossa diferença, pela nossa ideologia e pela nossa afirmação.
Em quarto lugar, o princípio da transparência. Transparência na comunicação, na gestão, nas propostas, nas ideias e na equipa que acompanha o presidente.
Em quinto lugar, o princípio dos princípios: o nosso clube é o mais importante. É mais importante do que os homens, do que quem o governa, do que quem o gere.
Bem sabendo que o AVB nunca foi presidente nem dirigente, há perguntas cuja resposta só será possível de ser dada daqui a algum tempo.
Apesar disso, face à campanha abnegada, dedicada, profissional e apaixonada não tenho dificuldade em formar uma convicção, mesmo que indiciária, a propósito daquela que será a gestão do AVB.
Não tenho dúvidas de que nós, Portistas, temos uma oportunidade única de fazer a melhor transição possível da era PC para a era pós PC.
Temos um candidato verdadeiramente dedicado à nossa causa. Um candidato que colocou de parte a sua carreira – bem sucedida, diga-se – de treinador.
Um candidato que sabia, muito antes de o ser, que poderia ser (como o foi) perseguido, ameaçado, mal tratado e injuriado.
Temos um candidato corajoso, valente e disponível para lutar por um clube livre, mesmo que isso signifique lutar contra interesses há muito instalados, signifique ser incómodo e signifique ser acusado de divisionismo.
Temos um candidato com um passado pessoal e profissional inatacável, bem sabendo que podemos discordar da forma como saiu do nosso clube, mas nunca poderá haver a acusação de que subiu à custa de compadrios ou cunhas.
Temos um candidato que demonstrou ter organizado a sua candidatura com um pormenor apenas ao alcance de muito poucos, que tem ideias próprias, que tem um bom programa e uma excelente equipa.
Temos um candidato que, verdadeiramente, não precisa do clube para continuar a ter uma vida de desafogo.
Temos um candidato optou por ser incómodo, por afrontar um presidente com 42 anos no poder, por afrontar interesses instalados, tudo em benefício do nosso clube.
Estes e muitos outros são os motivos que me levam a votar AVB.
Porque ele reúne tudo o que eu penso ser essencial para construir o futuro do clube, porque ele preenche os cinco princípios que para mim são essenciais.
Além de todos estes motivos, há ainda todos os outros que me levam a não querer a continuidade do actual presidente. Mas esses motivos não são os mais importantes.
Escolho AVB por aquilo que ele nos é capaz de nos oferecer e não por ele ser contra alguém.
Dia 27, lá estarei.