Acho estranho o Abel ter tanto cartel cá. O Luís Castro também estava a fazer um grande trabalho no Botafogo e ninguém equacionou o seu regresso. O JJ igual.
A minha opinião é que o Brasil não é o melhor barómetro de qualidade para o treinador português. É quase como ter um olho em terra de cego. Os treinadores brasileiros pararam no tempo e parecem não se ter desenvolvido nada taticamente. A prova disso é não haver praticamente nenhum treinador brasileiro de alto nível na Europa atualmente. Por isso, não estranho que o treinador português, muito mais académico que o brasileiro, se destaque lá. JJ no Flamengo, Abel no Plameiras, Luís Castro no Botafogo, VP no Corinthians, Caixinha no Red Bull.
Atenção, não acho o Abel um cepo a treinar e reconheço que tem qualidades. O Abel fez um bom trabalho no PAOK, por exemplo, mas acho que os títulos no Brasil o catapultaram para um estatuto meio enganador cá.
O futebol do Palmeiras embora não seja atrativo tem cultura tática e isso faz toda a diferença lá. É recorrente ver essa melhoria nas equipas treinadas por treinadores portugueses no Brasileirão. Eu imagino um Álvaro Pacheco, um Daniel Sousa ou um Luís Freire no Brasil a terem sucesso, porque são treinadores muito académicos e isso é mel na rebaldaria tática que é o Brasileirão.
O Abel é um treinador no contexto certo: ele tem boa liderança e é um bocado paternal, o que funciona muito bem com jogadores jovens. Está a ganhar muito no Palmeiras mas tenho sérias dúvidas que mantivesse esse nivel na Europa.